Dissertação - Samuel Marczewski Gonçalves

HIDRÓLISE DE CASEÍNA E PLASMA DE SANGUE BOVINO COM PROTEASE DE Bacillus sp. P45

Autor: Samuel Marczewski Gonçalves (Currículo lattes)


Resumo

As proteases são enzimas capazes de catalisar a hidrólise de ligações peptídicas de proteínas e, desta forma, gerar peptídeos que podem ser fundamentais para o desenvolvimento de inúmeros processos biológicos. Sendo assim, as proteases possuem um potencial de uso, que vai da indústria alimentícia até o desenvolvimento de fármacos, entre outros. Diversas são as fontes de proteases, basicamente por estarem presentes em todos os seres vivos. Proteases microbianas, são capazes de utilizar materiais de baixo custo como seus substratos, além de possuir uma alta taxa de produção, quando comparada com outras fontes. Este é o caso do micro-organismo Bacillus sp. P45, isolado do intestino do peixe Jaraqui (Piaractus mesopotamicus), da bacia amazônica, que tem sido cultivado em meio composto por cabelo humano e pena, para produção de proteases. A caseína de leite bovino e as proteínas do plasma bovino podem ser hidrolisadas pela protease de Bacillus sp. P45 com potencial de geração de peptídeos com atividade antioxidante. Neste trabalho foram exploradas diferentes condições de hidrólise enzimática, com o intuito de avaliar os seus efeitos no grau de hidrólise (GH) e avaliar as propriedades antioxidantes de hidrolisados gerados pela protease de Bacillus sp. P45, usando a caseína de leite bovino (CLB) e o plasma bovino liofilizado (PBL) como substratos. O GH permite estimar o grau de clivagem de ligações peptídicas em substratos proteicos e foi determinado pelo método do pH-stat. Para determinar a atividade antioxidante dos hidrolisados de CLB e de PBL foram utilizados os método do sequestro do radical 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH), o método da redução do radical cátion 2,2-azino-bis-(3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) (ABTS) e o método da habilidade do plasma de redução do ferro (FRAP). Apesar do GH das temperaturas de 40ºC e 50ºC não terem sido significativamente diferentes entre si para a CLB em 8 h de hidrólise, o aumento para 55ºC produziu um efeito negativo, devido à desnaturação da protease. Contudo, o aumento da relação enzima:substrato demonstrou um efeito positivo no GH, tanto para a CLB quanto para o PBL. Não foram observadas diferenças significativas no GH pela variação da concentração de substrato em 8 h de hidrólise. A maior média de GH para a CLB foi de 7,3% a 40ºC, com 600 U/(g de proteína) e com 3,5% de proteínas na solução. Para o PBL o maior valor de GH foi de 4,6% a 40ºC, com 600 U/(g de proteína) e com 2,5% de proteínas na solução. Os hidrolisados testados tiveram um aumento significativo na atividade antioxidante. Os valores de atividade antioxidante foram de 4362±50 (g de amostra)/(g de DPPH) e de 12972±1893 (g de amostra)/(g de DPPH) para a captura de DPPH, de 15,8±0,1 (µmol de FeSO4)/(g de amostra) e de 11,6 (µmol de FeSO4)/(g de amostra) para a redução do ferro e de 174,4±7,7 (µmol de Trolox®)/(g de amostra) e de 63,3±0,1 (µmol de Trolox®)/(g de amostra) para a redução do ABTS•+, para a CLB e para o PBL, respectivamente.